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Apanhador Só

by Apanhador Só

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1.
Um Rei e o Zé (Alexandre Kumpinski/Ian Ramil) Um rei me disse que quem deixa ir tem pra sempre. E me contou que só foi rei porque pensava assim tão diferente. E eu, que andava assim tão Zé, deixei que tudo fosse e decidi olhar pra frente, mas não vi nada. E o rei me disse "A pressa esconde o que já é evidente. Foi do meu lado que eu achei o que me fez assim tão diferente." E eu, que corria assim tão Zé, deixei que tudo fosse e decidi mudar de frente, mas não vi nada. Não leve a mal, eu só queria poder ter outra filosofia, mas não nasci pra conversar com rei. Não leve a mal.
2.
Pouco Importa (Alexandre Kumpinski) Só o que eu queria saber Era quem tinha Quebrado a minha garrafa Enozado a minha tarrafa – Que se dane! – xingou ela –, A essa altura, pouco importa. Nessa cidade nem tem mar E tu não sabe escrever!
3.
Prédio 02:59
Prédio (Alexandre Kumpinski/Diego Grando) Não é o prédio que tá caindo, são as nuvens que tão passando. Não sou eu que não tô sorrindo, é teu olho que, lacrimejando... É a tua sorte que não tá fluindo, é o teu norte que tá variando. Não é o prédio que tá caindo. Não é o prédio que tá caindo, são as nuvens que tão passando. Não sou eu que tô confundindo, é confundindo que eu vou te explicando. Te explicando é que não faz sentido, sentido é o pára que te papapá! Manobrando premissas sem ver Que o prédio não tá caindo Vem, que as nuvens não tão... Não sou eu que não tô curtindo, é teu coro que, desafinando... Teu compasso que, diminuindo... É a tua mira que tá mosqueando. Não é o prédio que tá caindo. Não é o prédio que tá caindo, São as nuvens que tão passando. E o meu vô continua vivo.
4.
Maria Augusta (Alexandre Kumpinski/Fernão Agra/Drusko) Maria Augusta, Antônio, Vera e José Nos convidaram pra dançar um arrastapé Se, por acaso, tu disser que não me quer Eu vou correndo arranjar outra mulher Tô rouco... tô rouco, aham Tô rouco de saudade de você Tô rouco... tô rouco, aham, meu amor Tô rouco de saudade de você
5.
Peixeiro 02:46
Peixeiro (Alexandre Kumpinski/Marcelo Noah) Peixeiro sem pegada é sushiman. Sei muito bem que não se encontram japoneses em Belém. O nosso amor era uma posta de Fugu, mas tá bem mais pra lambari. Ouve minha voz no discman, fica encucada, não sabe se eu falo sério ou palhaçada, não sabe se solta um muxoxo ou gargalhada e vai teimando assim de ai em ai em hahahahaha! O nosso amor, uma garrafa de vinho virando vinagre devagarinho.
6.
Bem-Me-Leve 03:15
Bem-Me-Leve (Alexandre Kumpinski) Eu pensava ter uma bicicleta e pedalar até a tua rua dizer que ainda sou tua Eu queria ser um avião bem leve pra sobrevoar o teu terraço e tapar teu sol. Fazer tu perceber que sem eu aí não tem ninguém pra te aquecer. Perfume atrás da orelha, vestido bem vestido, um sorriso no rosto, um punhado de amigos, que é pra, se acaso eu te encontrar um dia, tu ver como eu ainda tô bonita. Ou mais... Ainda mais ainda Ou mais, ainda mais bonita.
7.
Nescafé 04:03
Nescafé (Alexandre Kumpinski/Ian Ramil/Diego Grando/Marcelo Souto) eu cuspo nescafé e você chora leite de manhã amarro o meu sapato e tu veste o sutiã cadê o nosso amor? me diz onde vou correndo pegar o bonde que linha liga o teu coração ao meu? almoço minha angústia e tu ri com a cara na tv eu tomo um conhaque e tu fala em ter bebê remenda o meu sorriso e, sorrindo, me costura mais uma ruga desfaz a casa que casa com o meu botão me esqueço em pensamentos e tu cobra um pouco de colchão respondo qualquer coisa e tu solta a minha mão coloca teu calor na estante vem, se deita tranquila e dorme em que sonho eu sonho meu sonho igual ao teu? que linha liga o meu coração ao teu? em que tronco encontro talhado o meu nome e o teu? que linha liga o meu coração ao teu?
8.
O Porta-Retrato (Alexandre Kumpinski/Estêvão Bertoni) O porta retrato As pernas de fora Na fotografia, as férias na praia Me lembram das tardes de glória A vida não volta Com os meus cabelos. Sorriso nas caras O vai e vem das pernas No fim da lembrança, oos móveis da sala Dezembro As luzes das festas retêm na memória como se fotografia.
9.
Balão-de-Vira-Mundo (Alexandre Kumpinski/Felipe Zancanaro/Guile C.) Balão-de-vira-mundo, Não me venha incomodar Deixa eu aqui sorrindo, Bem-quieto-te-vi-lindo. Nem tão depressa, Que eu já até mudei de ideia Quero mais Que te enfureça, venta fuça, lambe fogo Esperneia aço quente e, quando enfim chegar socorro, Me destroi e a ti também Pano, cesto, corda, peso Até não sobrar mutuca Até não sobrar... Balão-de-vira-mundo, Não me venha incomodar Deixa eu aqui sorrindo, Bem-quieto-te-vi-lindo.
10.
Jesus, o Padeiro e o Coveiro (Alexandre Kumpinski/Fernão Agra/Drusko) Um gritou "Salva!" E levou uma sova. Outro gritou "Sova!" E não levou nenhum crédito na hora da multiplicação. Um pregou "Calma!" e foi direto pra cova. Outro gritou "Cava!" e não levou nenhum crédito na hora da exumação. Um gritou "Sova!" Um gritou "Coma!" Um gritou "Calma!" Um gritou "Salva!" E levou uma sova. Outro gritou "Cava!" e não levou nenhum crédito na hora da exumação.
11.
Origames Over (Alexandre Kumpinski) Eu queria saber uma pá de acordes de cor As cores das cordas de um violão, recortar e colar Que é pra cantar meninas pintar esquinas dobrar origames over Eu queria viver uma safra de amores menores Cavar de um cavaco o troco do pão, recolar e cortar Que é pra cantar meninas pintar esquinas dobrar origames over
12.
Vila do 1/2 Dia (Alexandre Kumpinski/Fernão Agra) No muro lá da rua, a gente já não pode mais pintar No meu varal, há muito tempo, não tem roupa pra secar O pessoal tá ocupado, o trago é sempre pra amanhã No meio lá da rua ninguém brinca mais de rolimã A coisa tá ficando preta O céu já vai perdendo o azul Vai lá, destampa essa panela E passa a tranca na janela Hoje eu não quero me arriscar Eu tô zerado há mais de mês, já não tenho nenhum tostão No meu quintal parou de dar maracujá, uva e limão No bar da esquina, não nos deixam a cachaça pendurar Mas com um beijo da Maria tudo vai se ajeitar
13.
E Se Não Der? (Alexandre Kumpinski/Diego Grando) E se não der? Eu choro ou continuo no faz-de-conta? E se couber? Me guardo ou continuo no faz-de-ponta?

about

"Planejei comigo mesmo: assim que tivesse acesso, ouviria o disco inteiro, numa tacada só, antes de abrir a boca. Não consegui. Não passava da primeira música. Malditos venta a fuça lambe-fogo! Botaram 'Um Rei e o Zé' atravancando o trânsito. Com aquele solo de metais, uma continuação do assobio falho do Tom Zé em ‘Brigitte Bardot’. Ouvi trocentas vezes antes de continuar em frente. Minha favorita, logo de cara. Só conhecia de shows e ficou linda no álbum. Apanhador Só não é mais aquela banda que eu conheci há uns quatro anos, com as melhores linhas de baixo do rock nacional. Agora eles têm também timbres maravilhosos de guitarra. E o Kumpinski matando a pau nos vocais. Destacaria o hino 'Maria Augusta', agora mais dançante, e 'Jesus, o Padeiro e o Coveiro', frenética, em erupção. Já tô rouco de dizer: discaço." – Estêvão Bertoni (cantor, compositor e guitarrista)

"Um velho cego certa vez me disse para eu me fiar na solidão. Que ela instrui os sentidos. Que há mais filosofia numa sola de sapato que num livro, que um armário sabe mais histórias que um museu. Então me veio essa de construir um parque de diversões onde a única coisa a tocar fosse Apanhador Só. Quando o parque vai ficar pronto? Talvez no dia de não-sei-eu-quando, pois que a experiência demonstra: tudo que é cheio de nove-horas envolve muito balangandã e dor nas costas. Mas demore o que demorar, eu espero, só para poder colocar lá dentro todos os serezinhos dessa mitologia muito da singular que a Apanhador inventa, essa ciranda de padeiros e teoria da relatividade, café solúvel batido sem açúcar, reis conselheiros, garrafas quebradas e histórias de pescador, como um coral de caipiras num picadeiro lamentando um amor perdido, ao som das trombetas plásticas que vêm de brinde nos sorvetes de maria-mole. É assim que vai ser, e eu já enxergo a fila no portão. Propus sociedade ao velho, mas ele me mandou catar coquinhos. Prefere trabalhar na bilheteria. O primeiro disco da Apanhador Só é o parque de diversões da minha solidão." – Diego Grando (poeta)

credits

released April 11, 2010

Produção: Marcelo Fruet
Gravado e mixado em Porto Alegre entre a primavera de 2008 e o verão de 2010 no Estúdio 12 experiência sonora (com exceção das baterias nas faixas 1, 5, 7, 9, 10, 11 e 12, gravadas no estúdio Soma)
Masterização: Dave Locke (sob supervisão de Marcelo Fruet)
Projeto gráfico e direção de arte: Rafa Rocha
Ilustrações: Fabiano Gummo
Financiamento: FUMPROARTE

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Apanhador Só Porto Alegre, Brazil

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