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Meio que tudo é um (2017)

by Apanhador Só

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1.
SOL DA DÚVIDA [Alexandre Kumpinski] o sol do questionamento me abrasa faço desse sol minha casa o sol da dúvida me abrasa tento fazer dele minha casa o sol que me tira a certeza me abrasa eu tento fazer dele minha casa
2.
Sopro 02:35
SOPRO [Fernão] cego, quero a breve luz do sol sombra me carregue o tempo mede, o espírito me faz pesar corpo, boca, pele, ponto fim algo que nos vele infinito exato do que cederá o que nos celebra sem saber e quebra assim o que se saberá? mesmo que o sólido princípio da matéria seja bela forma que nos cega, luz estética que prega o fim é nada, nada.. será? plana, plena, etérea, eterna, singela mistério elementar certa de pavor e adoração nuvem de concreto que dissipará esse eterno vício de sentir na pele o fruto que nos comerá dentro desse círculo de vozes, faces, símbolos, futuro, seja cura do efêmero princípio, sopro do que rege tudo ou nada, nada... será?
3.
Teia 03:14
TEIA [Alexandre Kumpinski - Fernão - Henrique Schaefer - Diego Poloni - Luiz Gabriel Lopes - Nica Fochessatto - Jonas Lunardon] o que te faz rir te abre o peito te acerta mais em cheio mas revela uns troço que eu não sei se eu gosto calculo fugir mas não dá jeito que como tudo é imperfeito não tem rota de fuga possível tudo avança e retrocede junto pouco a pouco em degradê cada um no seu caminho ligado em teia a todos os caminhos problema é quando a gente tá puxando duma corda do mesmo jeito de quem tá do outro lado puxando da mesma corda pode ferir será direito? te dá no meio mas revela uns troço que talvez eu goste penso em ficar, mas não dá jeito que como tudo é movimento não tem freio que consiga interromper tudo avança e retrocede junto, muito a muito, sem ter fim cada um pequenininho, constelado em múltiplas direções problema é quando a gente tá puxando duma corda do mesmo jeito de quem tá do outro lado puxando da mesma corda problema é quando a gente tá puxando duma corda do mesmo jeito (ou quase) de quem tá do outro lado puxando da mesma corda problema tem também em só ver dois lados e uma corda quando que tudo é teia emaranhada tecida por muitas cordas e a espera na estrada por uma carona pode ser desesperada a espera na estrada por uma carona pode ser desidratante a espera na estrada por uma carona pode ser desnecessária a espera na estrada por uma carona pode ser… pode ser… pode ser…
4.
RJ BANCO IMOBILIÁRIO [Alexandre Kumpinski - Lúcia Tietboehl - Danichi Mizoguchi] alvéolos quadrados respirando gente alvéolos quadrados respirando carros alvéolos quadrados respirando motos alvéolos quadrados respirando sombras alvéolos quadrados respirando pombas cachorros e gatos, ratos e baratas ainda ontem pela praia alguma coisa retumbante em desespero me lembrou você namorados tropeçavam e eu pisoteava só choque, camadas, melanina, exposição aos céus baixo fator de proteção em vários nós paragadinquidingudincudigundarundêra zigdagundêra zignaruná só você e deus paragatinquidinguidingudingunarunêra zignarunêra zigdaradal eu e meus exus superfantástico, amigo que bom estarmos vivos! superfantástico, amigo que bom estarmos vivos! apesar que eu tô mal rajadas de metralhadora fazendo um arranjo bonito numa bossa redentora buquês de fogos de artifício disparando um agito aflito num reveillón inesquecível areia esfoliando os pés as mãos ao alto rendem jacarés cabeça feita temperamental concerto que vai sair caro rio de janeiro banco imobiliário quem me garante outra encarnação? pediu pra parar não parou pediu pra parar não parou
5.
O CREME E O CRIME [Alexandre Kumpinski - Léo Tietboehl - Lúcia Tietboehl] época da guarda não compartilhada com direito à visita fim de semana sim, fim de semana não damasquinho de apartamento tirando yakult de pedra, vendo sessão da tarde e brigando com a irmã a trema ainda em vigência, o início da auto agência numa vidinha tão verde, inocente, não malemolente de um player moleque do congo ao avesso de um player moleque do congo ao avesso de um player moleque baiano ao avesso de um player moleque baiano ao avesso playstation 1, 2 feijão com arroz playstation 3, 4 teus pé de pato playstation 1, 2 feijão com arroz playstation 3, 4 acho mó barato R1, R2 sou eu depois iphone 3, 4 3, 4 desculpa nenhuma, nem tua nem minha, de ter na maminha o herdado conforto de berço nos beiço desculpa nenhuma, nem tua nem minha, de ter na maminha o herdado conforto de berço nos beiço uh tererê “que culpa tenho eu se a vida não se deu fora do meu apartamento, apartado e aper...” desculpa nenhuma, nem tua nem minha, de ter na maminha o herdado conforto de berço nos beiço desculpa nenhuma nem tua nem minha desculpa nenhuma, nem tua nem minha, de ter na maminha o herdado conforto de berço nos beiço desculpa nenhuma nem tua nem minha uh tererê uh tererê o tererê em dado momento se instalam também gloriosas pequenas batalhas travadas fora dos condomínios e dos territórios virtuais longe dos joysticks, enjoying - mesmo que chiques - as ruas perdendo mais que ganhando embates sociais num confrontamento lato, um loiro se rende a um mulato e tira também disso um entendimento mais ampliado sobre a regência insubstancial do caráter na formação do sujeito do sujeito que te calça na calçada assim como na formação dos sujeitos que subsidiam a subsistência nos apartamentos todos nem bons nem ruins necessariamente todos necessariamente nem bons nem ruins necessariamente todos necessariamente todos necessariamente todos o creme e o crime o creme e o crime o creme e o crime o creme e o crime a gema e o regime a algema e a vitrine o creme e o crime
6.
VIRALATICE DOS PRÉDIOS [Alexandre Kumpinski - Henrique Schaefer - Lorenzo Flach] olhando a cidade daqui, mais de cima e de longe eu fico viajando na viralatice dos prédios eu fico viajando na viralatice das caras que emolduram semblantes em meio às janelas dos prédios mesmo que aqui de longe eu consiga nem bem ver as caras um pombo supera tranquilo a avalanche de rodas e eu fico pensando nos carros que correm nas vias e eu fico pensando no sangue que corre nas veias emitindo e sorvendo, levando e trazendo um montante de gases e eu fico parado pensando que sangue envelhece petróleo finas camadas envolvem o chão toneladas rumo aos céus nuvem chumbo grosso véu benze o chão guarda-chuvas se abrem nervosos pontos pretos de cravo canaletas, bueiros engolem as águas secando a cidade eu olho meu braço com poros abertos brotando umidade eu ouço sirenes abrindo berreiros por todos os lados como um fungo bandido, urgente e sedento a cidade se espalha
7.
Bastas 02:50
BASTAS [Alexandre Kumpinski] confunde ideias, não se furta de dizer “não sei” afasta tão naturalmente o que não é sincero e quando dança arrasta tudo em leve fluidez e quando dança cameralentiza o salão tudo é tudo, então de peito aberto, cara aberta, cruza a multidão corre faceira, abraça inteira, distribui carinho busca nas coisas ver as coisas como elas são busca no fundo ver em tudo o que tudo é tudo é tão tudo, então aproveita do mar a onda azul do mar e a funda escuridão aproveita do mar a onda azul do mar e a funda escuridão todo lugar quando ela chega muda de estação toda estação que sintoniza sincroniza o ar sem pressa atrai o que interessa sem se atravessar ama tudo sem sacramentar nada e nada, então
8.
PASO HACIA ATRÁS [Lola Membrillo - Alexandre Kumpinski] pienso que no hay paso hacia atrás no hay trazo en camino que de error paso a paso soy amigo del tiempo que quita y que da soltar me da fuerza, aliviana el andar viajo el no saber se ganhar não é perder perder não é ganhar quem vai saber passo a passo voy amigo del tiempo que quita y que dá soltar me da fuerza aliviana el andar viajo el no saber si ganar no es perder perder no es ganar quien va saber donde para el tren?
9.
Isabel chove 03:05
ISABEL CHOVE [Felipe Zancanaro] putas entre elas conversam a cidade hps zona leste centro chora Isabel chove nao vê sentido revolve a vida a toque vareja mosca luminária bojo luta paloma sapa bicha transa e xinga doutrinas condenadas umbigo reina e volta uma centelha lá vem ela perigo na paisagem que aponta pruma ausência meio copo de água cheio e ela anda atenta bate de frente espada de são jorge fred astaire princesas disney enfrenta o fogo a língua conto de fada no sentido oposto vira um sopapo em golpes baixos nas ruas na sua vocês veem o que eu to vendo?
10.
PELOS OLHOS DO MUNDO [Alexandre Kumpinski - Henrique Schaefer] pode vir que eu tô à vontade pessoa linda do cabelo solto redimunhado todo em que me envolvo tem um monticoisa que nos separa tem um monticoisa que nos protege nos abre o peito, nos mostra a cara um monticoisa nos fortalece andava todo emparedado por dentro andava todo encasquetado por fora como um refém de um perfil violento o diferente andava embora baixei a guarda, respirei um momento olhei em volta, vi que não tinha borda se por acaso a bolha calcificasse em dura casca tava foda pode vir que eu tô à vontade pessoa linda do cabelo solto redimunhado todo em que me envolvo o mundo se vê através dos meus olhos que não são meus eu vejo o mundo pelos olhos do mundo meio que tudo é tudo meio que tudo é um quero deitar contigo caindo de sono de manhã
11.
Conforto 03:26
CONFORTO [Alexandre Kumpinski - Henrique Schaefer] desenvolvo tudo movo mundos e fundos faço deus e o diabo em nome de um conforto que nunca me basta
12.
METROPOLITANO [Felipe Zancanaro - Thiago Sebben - Marcelo Mendes - Alexandre Kumpinski - Diego Poloni - Fernão] bufa, pisca, venta, gela, grita e some reclama pelos canos leva todo mundo metropolitano o arrasto enosa uma senhora que já não tem pressa perde o seu lugar se gasta numa quina a idosa espera a sua vez e, como ela o espaço é breve, o brete é curto correria, cotovelos, galerias que transbordam bípedes tiro pro alto, maratona, mãos ao alto me enfio no rolo e me safo quem sabe amanhã me pegam de arrasto e numa cilada me apertam na ponta da faca no vagão do fundo vai tá todo mundo ataco a porta e travo a ideia é simples: escapar dessa fria de qualquer forma a gente fica pra trás ultrapassa e volta pro mesmo lugar grita, gela, venta, freia, pisca e bufa faixa amarela pra consolação um monte de gente amontoadalata um monte de gente amotinada em si artéria pulsante, na fila, engrossa sem conexão com a liberdade furam, encoxam e ninguém olha pro lado e se um deixar pro outro sem sobrar nenhum entre o paraíso e a barafunda? próxima estação: belém desembarque pelo lado esquerdo de que vem
13.
Bandeira 01:26
BANDEIRA [Alexandre Kumpinski - Henrique Schaefer - Fernão] “qual é a lei que diz como é que eu devo agir?” uma bandeira pode ser confortável te dando sombra e algum guia tremula ao vento se agita ondula e não sai do lugar fixada em postes presa por uma corda que não se importa em lhe servir sem se questionar sem dar conta que o vento que passou voando ali já tá lá
14.
LINDA, LOUCA E LIVRE [Alexandre Kumpinski] eu não te quero de branco eu não te sonho no altar eu te quero linda, louca e livre lado a lado enquanto ainda nos faça algum sentido estar lado a lado, frente a frente dois elos de uma corrente que o acaso aos poucos vai fazendo e desfazendo encadear e mesmo que haja medo de te perder por aí de vista tanto quanto me é possível eu não quero que esse elo lindo se transforme em algema eu não te quero de branco eu não te sonho no altar eu te quero linda, louca e livre lado a lado enquanto ainda nos faça algum sentido estar lado a lado, frente a frente dois elos de uma corrente que a vida aos poucos vai fazendo e desfazendo encadear e mesmo que haja medo de te perder por aí de vista tanto quanto me é possível eu não quero que esse elo acabe se tornando algema
15.
O CORPO VAI ACABAR [Thiago Ramil - Alexandre Kumpinski - Ian Ramil] o corpo vai acabar depois de tanto espalhar gestos, rastros incontáveis passos o corpo vai espalhar mesmo depois de acabar seus pedaços num infinito lastro sem volta acha o eixo e reinventa a roda em novos corpos no amanhã rebentando em muitas direções e brota em outras notas reverbera em ondas vastas margens fractais que se arranjam em outros finais

credits

released August 4, 2017

Produzido por Diego Poloni, Alexandre Kumpinski, Felipe Zancanaro e Fernão Agra
“Pelos Olhos do Mundo” coproduzida por Luiz Gabriel Lopes
“Metropolitano” co-produzida por Guilherme Ceron

Mixado por Diego Poloni, Alexandre Kumpinski, Felipe Zancanaro e Fernão Agra
Masterizado por Alexandre Kumpinski, Felipe Zancanaro e Fernão Agra, com a cumplicidade de Felipe Tichauer - Red Traxx Mastering
Produção executiva: Tito, Alexandre Kumpinski, Felipe Zancanaro e Fernão Agra
Produção de base no Morro da Borússia: Henrique Schaefer, Janaina Spode e Tito

Gravado entre novembro de 2016 e abril de 2017 no Castelinho do Morro da Borússia, em Osório, e na sala da casa da Dona Lusa, em Porto Alegre (exceto a faixa “Linda, louca e livre” e a base de “Sol da Dúvida”, gravadas no celular do Alexandre no seu quarto em agosto de 2016)

Desenho gráfico por Daniel Eizirik // Bula diagramada por Alberto Gomez

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